Acompanhamento psicológico em pacientes com Diabetes

Acabei de ler um post do blog Sou Diabético e achei bacana abordar esse assunto aqui no Clube.

Fico feliz, quando converso com médicos que conheço, os que cuidam de mim, ou que conheço no meu círculo social, e percebo que, cada vez mais a comunidade médica vem se “rendendo” ao fato de que o paciente não é uma “coisa só” : um corpo doente, ou com algum problema. Somos sim, corpo e “alma”, e nosso bom estado emocional ( ou não) influenciam – e muito – no aparecimento de doenças psicossomáticas, e na piora ou melhora de uma doença cronica.

Hoje vivemos em um mundo maluco, existem prazos, o stress, a falta de tempo. Todo o volume de informação nos atropela, temos que acompanhar tudo e estar sempre up-to-date. No trabalho, em casa, na família, no transito…tudo nos gera ansiedade.

E pacientes com diabetes, como lidam com esse stress todo? E os recém dagnosticados?

O acompanhamento psicológico pode ser útil em muitas ocasiões. Para os recém – diagnosticados, para a aceitação da doença. Para os que já possuem ela há algum tempo, ainda para aceitar a rotina, para ajudar no controle, para ajudar na percepção de que conviver com o Diabetes não é o fim da vida. E para quem já esta nesta “estrada”a muito tempo, sim, ela contribui, e muito na melhora do quadro de stress do dia dia e conseqüentemente, no controle glicemico. Principalmente porque ao longo dos anos outros problemas podem aparecer, como a nefropatia, cardiopatia, retinopatia, e vencer essas etapas e superar todos esses “percalços”vivendo bem com o que – infelizmente – acontece pode ajudar a deixar nossa vida mais “leve”. 

http://www.soudiabetico.com.br/destaques/psicologia-em-diabetes

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Acredito que, ao longo desses 33 anos de convivência com o Diabetes, pude perceber que, em alguns momentos da minha vida, o acompanhamento psicológico fez-se muito importante:

 – No início da doença, meu pai fez, junto com minha mão e a pequena Aline ( eu) um acompanhamento psicológico para a fase da aceitação. No caso, mais para meus pais, que ficaram em choque, do que para mim. Porque eu não entendia o que estava acontecendo comigo. Era muito difícil para mamãe aplicar insulina naquela coisinha, ela simplesmente não conseguia. Lembro que era um farmaceutico que ia em casa…até que ela perdeu o receio de me machucar. Mas não deve ter sido nada fácil

 – Por volta dos 10 anos de idade, eu comecei a desenvolver “fobias”. Tinha edo de tudo: de elevador, de andar de metro, de viajar de avião, de navio, de dormir no escuro. Tudo, abasolutamente tudo, me dava medo, e o Diabetes vivia descompensado. A pedido do endocrinologista, meus pais me colocaram na terapia infantil. Isso foi em 1986, e lembro que fiquei uns bons anos indo na Dra. Sonia “brincar de casinha” ( sim ,com 10 anos , na minha época, ainda brincavamos de casinha!). Até florais eu acho que a terapueta usou. As fobias diminuiram, só o elevador continuou…até hoje.

 – Perto dos 16 anos, meu primeiro namoradinho terminou comigo e eu tragicamente achei que minha vida havia acabado ali. Entrei em uma depressão horrível, engordei uns 15 kilos ( se hj peso 51, com 1,59 cm de altura, é difícil me imaginar com 63 kilos..). Não saí de casa, queria morrer, e comer. Tomei até anfetaminas escondido, pra se ter uma idéia, e quase morro por essa loucura. Sem duvida, aquela foi a terapeuta mais difícil de todas, porque eu entrava no consultório mal, e saía pior, a ponto de não querer mais voltar. Mas, depois de um ano e meio, comecei a “levantar”. E a enxergar que eu estava errada a respeito da vida.

 – em 2003, com 27 anos, comecei a desenvolver um quadro de ansiedade , compulsividade, e achei que ia enlouquecer. Eu tinha uma ansia tão grande em encontrar um namorado, crescer na empresa, que não percebi como eu saí do meu “normal”. Achei realmente que ia enlouquecer. E lá fui eu para a terapia de novo. Nesta terapeuta, que era do HC e tratava muitos pacientes com Diabetes, ela me disse uma coisa que ficou gravada….que da minha geração para trás ( nascidos antes de 1980), a quantidade de pacientes com diabéticos que desenvolveram algum tipo de compulsão era absurda: comida, amor, compra, afeto, dorgas, cigarro…..de alguma forma, o paciente quer “compensar”o que lhe foi proibido ao longo da vida. 

Hoje, graças ao avanço de pesquisas, de estudos e a evolução da medicina, a dieta para um diabético não é mais proibitiva. Conta-se carboidratos, e vive-se bem.

 – No início deste ano, em função de um baque que tivemos ano passado e alguns problemas que venho enfrentando há um tempo, resolvi voltar a terapia. Como a grana está curta, estou aproveitando tudo o que posso do convenio. E entrou na minha vida a Dra. Silene.

Atualmente, a terapia , para mim, não serve para aceitação da doença, pois isso já está consolidado na minha cabeça. Mas muitas coisas ao longo da minha vida me marcaram, e causaram pequenos traumas que tenho que trabalhar. Medos, defeitos, pontos que não consigo superar. 

E ainda estou MUITO longe de chegar onde eu gostaria, pois se eu já estivesse bem, não teria tido a descompensação que tive na segunda feira, por causa da falha da nova empregada. Aí percebo o quanto ainda preciso evoluir, aprender a relevar, que nada é perfeito e que temos que levar a vida menos a sério.

Eu ainda sofro muito com isso, e sei que, quando conseguir melhorar isso em mim, o diabetes vai agradecer, a glicemia vai ficar no lugar onde ela deve ficar, e eu serei sim, uma pessoa muito melhor do que sou hoje. 🙂

Outros posts sobre o assunto:

http://diabetes90.blogspot.com.br/2009/12/repercussao-dos-aspectos-psicologicos.html

http://www.isaudebahia.com.br/noticias/detalhe/noticia/apoio-psicologico-para-pacientes-de-diabetes-sim-saiba-porque-e-necessario/

http://saude.hsw.uol.com.br/diabetes-e-doencas-psicologicas.htm


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