[Mini-férias] A ida ao Fim do Mundo – com emoção

Já ouviu falar do fim do mundo? Nas lendas urbanas e na imaginação de muita gente, pode até ser um lugar temido e feio, mas em Ushuaia – conhecida como a cidade do fim do mundo – a realidade é bem diferente: bonita, aconchegante e gelada. A capital da Terra do Fogo Argentina é a cidade mais austral do mundo e a mais próxima da península antártica!

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E foi para cá que voamos eu, meu marido, minha irmã e minha mama, para comemorar o aniversário dela atrasado e o meu de 40 anos também.

Para chegar no Fim do Mundo, o vôo desembarca em Buenos Aires. Saímos as 02 da manhã e o vôo foi relativamente tranquilo, até que, no momento em que o avião começou a descer, percebemos que não conseguíamos ver a cidade….muitas nuvens , chuva e vento. Um cenário um tanto sinistro. Tenho pavor de turbulência, e ela começou a dar o ar da graça quase no momento do pouso. O vento era tão forte, que o avião chacoalhava, o piloto não conseguia controla-lo muito bem, tentou pousar e não conseguiu. No momento em que arremeteu, perdeu sustentação e, aí, já estávamos todos em pânico, com alguns gritando, outros chorando e eu encolhida no banco, de mãos dadas com o Luiz e minha mãe ( minha irmã no banco ao lado) rezando. Enfim, o piloto conseguiu controlar o avião, subiu e seguimos para o aeroporto principal de Buenos Aires,o Ezeiza, que seria como o aeroporto de Guarulhos de São Paulo. Ficamos taxiando o local até que recebemos permissão para descer, e a decida também não foi muito tranquila.

Cada um reagiu de um jeito a esse evento tenebroso. Eu, fiquei em estado de choque. Não conseguia falar, só chorava, passei mal. Tive tudo. Meu corpo tremia inteiro, dos pés a cabeça, como se estivesse com uma febre de 40 graus.

Passamos horas no aeroporto, fomos realocados para um vôo para Ushuaia saindo deste aeroporto ( não daquele que tentamos descer, amém!). Quatro horas depois, tive que entrar de novo num avião. E voar mais 3,5 horas. Já sabia que o stress iria fazer um estrago. Percebi que se não controlasse minha emoção ali, eu iria piorar o meu estado e de quem estava comigo. Aguentei firme. Mas fiquei mal o dia inteiro. E tive que aumentar a dosagem da insulina, porque a descarga de adrenalina talvez tenha sido uma das piores que já tive em minha vida. Espero que nunca mais precise passar por algo parecido.

Como reagir a momentos assim? Como se manter calmo?

Não é fácil, talvez seja quase impossível. Lidar com o medo, o pânico , inesperado, nunca é agradável. Mas temos que tentar, Por nós, pelo Diabetes, pelos outros. Tudo que está ao nosso redor. Como eu sabia que a glicemia ia subir ( 2 hrs depois de sair daquele avião eu estava com 280), fui fazendo ponta de dedo a cada 2hrs. Não consegui comer quase nada até o fim da tarde, não sentia fome. E ainda assim, a glicemia ficou bem teimosa.

Nesses momentos, o melhor que podemos fazer é tentar manter o controle emocional, pelo menos TENTAR ficar mais calmos, fazer o que manda a regra – ponta de dedo, alimentação, repouso se possível ( juro, cochilei no chão do aeroporto) e se for necessário, entrar em contato com o nosso médico. Mas, com wi-fi instável, ficou difícil. Mas segui o que acho que a Dra Sonia me pediria para fazer: monitorar, hidratar, tentar me acalmar, dar um tempo para a poeira baixar.

Depois de horas sem conseguir comer, o lanchinho com alfajor !

Depois de horas sem conseguir comer, o lanchinho com alfajor !

Até o momento em que o segundo voo decolou, eu estava estranha, meio descompensada. Quando vi que não passaria por aquele terror de novo, consegui descansar, cochilei, comi, e a glicemia estabilizou. Ganhei até um alfajor da comissária no segundo vôo, que está separado para um momento especial por aqui! Aí recebemos esse presente que quero compartilhar com vocês! No instagram postarei fotos bem legais, segue la!

Inóspita, e linda! Essa é a região de Ushuaia, cidade mais Austral do mundo!

Inóspita, e linda! Essa é a região de Ushuaia, cidade mais Austral do mundo!

Valeu a pena tentar me tranquilizar. Depois da tormenta, o desvio de rota nos fez conhecer , mesmo que de longe, uma geleira muito famosa, o Perito Moreno, que pode ser visto pela janela do avisão sobrevoando a chegada à cidade de El Calafate.

No dia seguinte, pela manhã, mesmo indo dormir com uma glicemia de 150, acordei com ela um pouco alta, 273. Os hormônios do stress, com certeza, agiram durante o meu sono e me fizeram acordar meio cansada. Como agir? Me alimentei, hidratei, e ao longo do dia, já com as emoções devidamente em seu lugar, caminhando muito no Parque del Fin del Mundo, com frio, dando risadas e esquecendo o que passamos, a glicemia enfim voltou ao normal.
Espero conseguir mandar notícias daqui! O wi-fi é um pouco lento, mas temos comunicação com o universo quando chegamos ao apartamento.
Viajar com diabetes é assim….emoções nos abalam, para o lado positivo e o negativo, e temos que aprender a controla-las, principalmente quando estamos em um grupo disposto a aproveitar cada minuto. Quem sabe não volto pra casa com um controle ainda melhor?
Logo mais mandarei mais notícias do fim do mundo! Por enquanto, vejam só que cenário inóspito, porém lindo, que estou tendo a felicidade de conhecer de perto!

O carimbo que comprova: eu conheci o Fim do Mundo!

O carimbo que comprova: eu conheci o Fim do Mundo!

Boa semana a todos nós!

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