Relação entre alzheimer e diabetes

Entenda o que as duas doenças têm em comum e os avanços da ciência

alzheimer e diabetes clube do diabetes

A doença de Alzheimer é uma das mais temidas com o avanço da idade. E não é sem motivo. Ainda sem cura, ela é progressiva e a principal causadora de demência em idosos. Assim como o diabetes, ela ocorre predominantemente em pessoas mais velhas, mas essa não é a única relação entre as duas doenças.

Pelo contrário, o diabetes e a doença de Alzheimer têm mais em comum do que pensamos!

Ultimamente, muitas pesquisas têm comprovado que pacientes diabéticos correm um risco de 50 a 65% de desenvolver a doença de Alzheimer, comparado a pacientes não diabéticos. Sendo que os pacientes apresentam a resistência à insulina precedente às duas doenças.

O Clube do Diabetes vai explicar direitinho qual é a relação entre as duas doenças. Por incrível que pareça, essa relação não é de todo ruim. Pelo contrário, ela representa um passo a frente para o tratamento do Alzheimer.

 

Neurodegeneração

A neurodegeneração causada por cada uma das doenças acontece de formas diferentes.

É um fato conhecido que uma das consequências do diabetes não controlado é a degeneração nervosa. No caso de pacientes exclusivamente diabéticos, essa alteração acontece prioritariamente nos nervos periféricos — das mãos e dos pés.

O diabetes induz mudanças na função e na estrutura vascular, na sensibilidade celular à insulina e no metabolismo da glicose e da proteína beta amilóide. Esta proteína é encontrada no cérebro de pacientes com Alzheimer.

No caso destes pacientes, são formadas placas da proteína beta amilóide nos neurônios. É isso o que causa sua degeneração. A disfunção mitocondrial e as alterações nas sinapses dos neurônios são ações que acompanham esses depósitos de proteína.

O Alzheimer também causa influência no metabolismo sistêmico da glicose e induz mudanças comportamentais, distúrbios de memória, disfunção do hipotálamo, fragilidade, entre outros problemas.

 

Resistência à insulina

É claro, não são todos os pacientes de Alzheimer que têm diabetes, muito menos o contrário. Mas a resistência à insulina acomete ambos.

A questão é que a insulina não é só produzida pelo pâncreas — o cérebro também a produz. É por isso que a doença de Alzheimer tem sido chamada de diabetes do cérebro. Os pacientes que desenvolvem esse distúrbio apresentam a mesma resistência à insulina, só que localizada na massa cerebral.

Essa resistência é muito mais grave do que a periférica, enfrentada por pacientes exclusivamente diabéticos. Isso é porque o pâncreas tem a capacidade de se recuperar dessa condição, enquanto o cérebro vai perdendo progressivamente sua massa de células — os neurônios.

É daí que a proteína beta amilóide é produzida para começo de conversa. Sem o desempenho necessário da insulina a região, o resultado é um grau de inflamação crescente e o lixo celular. Esse é que fica impregnado nas células na forma de proteínas e causa sua degeneração.

 

A boa notícia

Apesar de ainda não ter sido descoberta uma cura para nenhuma das duas doenças, a comprovação de suas semelhanças traz uma boa notícia. Ela é uma novidade para o tratamento da doença de Alzheimer.

No fim do ano passado, foi provado pelos cientistas da Icahn Escola de Medicina Monte Sinai, nos Estados Unidos, que o uso de medicamentos contra o diabetes possa reduzir sintomas do Alzheimer.

Os pesquisadores analisaram tecidos cerebrais de pacientes que conviviam com ambas as doenças. Eles desenvolveram uma técnica que permitiu o isolamento de capilares cerebrais de 34 pacientes de Alzheimer e diabetes tipo 2, submetidas aos tratamentos de ambas.

A partir daí, foram comparados os tecidos cerebrais desses pacientes com os tecidos de 30 pacientes somente diagnosticados com Alzheimer. Como grupo de controle, foram examinadas 19 pessoas que não tinham nenhuma das duas doenças.

Eles então analisaram os vasos cerebrais e tecidos separadamente — examinando as alterações moleculares relacionadas ao Alzheimer nas células capilares do cérebro ou a sinalização da insulina.

O resultado foi revelador. Cerca de metade dos marcadores determinados eram inferiores no grupo que convivia com as duas doenças simultaneamente.

Além disso, outro resultado foi muito positivo. O Alzheimer inflige alterações irreversíveis na cadeira genética dos pacientes diagnosticados. Incrivelmente, essas mudanças não foram encontradas no grupo que passava por tratamentos para o diabetes!

Um dos pesquisadores, Prof Haroutunian, comentou em entrevista que a maioria dos tratamentos atuais para o Alzheimer são direcionados para eliminar as proteínas beta amilóide formadas no cérebro. Mas ainda não tiveram sucesso em tratar a doença, efetivamente. Agora, o tratamento para diabetes se mostrou muito mais bem sucedido em tratar a degeneração dos neurônios nos pacientes.

Essa é uma notícia excelente que dá esperanças para novas descobertas no futuro. Quem sabe, então, uma cura?


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